terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eu fui - parte I


Final de 2010. Anunciada a pré-venda para o Rock in Rio 2011, comprei dois ingressos sem saber ainda quais seriam as atrações.

Quando divulgaram a programação, fiz muxoxo ao saber que da "minha geração" só viria Elton John (eu já o tinha visto na Apoteose em 2009, mas li que haveria uma homenagem ao Fred Mercury no mesmo dia do Elton, e me decidi). Como precisava optar por mais um dia de show, fiquei na dúvida entre o último e o penúltimo, e acabei escolhendo o do Coldplay, de quem conheço algumas músicas e gosto.

No meio do ano anunciaram um show extra com Stevie Wonder no RiR, e comprei o ingresso pela internet toda animada. A essa altura, eu já sabia que ninguém da minha família iria a qualquer show. Pensei que teria a companhia de algum amigo, mas essa esperança também caiu por terra quando comecei a dizer que iria. “Você vai?!” (misto de surpresa e acusação). “Três dias?!” (tradução: "pirou?”). Nenhum amigo iria ao RiR, apenas os filhos. Minhas companhias seriam a Cara e a Coragem.

Perdi o 1º lote de bilhetes dos ônibus “Primeira Classe”, as tais linhas especiais que fariam o trajeto entre diversos pontos do Rio e o estacionamento mais próximo da Cidade do Rock, ida e volta. Depois foi oferecido um novo lote, mas não consegui comprar para o dia de estreia, apenas para os shows seguintes.

No dia do Elton (o 1º do evento), saí de casa às 15:30h e cheguei na Cidade do Rock às 20:40h (isso mesmo: cinco horas pra chegar). Como eu e trocentas pessoas tivemos a mesma ideia (ir de metrô até Ipanema e lá pegar o integração até o Alvorada), encarei uma hora de fila na General Osório. Então viajei três horas em pé no integração, mais uns 20 minutos no circular Rock in Rio, e terminei com uma caminhada light (light mesmo, acredite) de 1,5 km.

Cheguei durante o show da Claudia Leitte (sem comentários), depois de ter perdido a homenagem ao Fred Mercury (disseram que foi ruim, e isso me serviu de consolo). Faminta, fui direto comprar um lanche, e me deparei com filas imensas no Bob's (era proibido entrar com comida e bebida). Ali mesmo resolvi que levaria comida nos bolsos para os shows seguintes, mas antes disso o Ministério Público derrubaria a restrição do RiR, para alegria geral.

Passei uma hora na fila pra devorar trêmula um sanduíche de atum (com Coca Cola...), sentada no gramado artificial. Depois assisti ao show da Katy Perry (de quem nunca tinha ouvido falar, embora conhecesse uma música sem saber que era dela). Não gostei muito. Hora de ir ao banheiro. Mais tempo em fila, né? Pasme: não havia fila. Se algo funcionou no RiR 2011 foram os banheiros, sem filas e razoavelmente limpos considerando a quantidade de pessoas. Admirada, cheguei a enviar uma foto para minha irmã pelo celular.

Enquanto aguardava o show do Elton John, descobri o gramado artificial na entrada da Cidade do Rock, de frente para o Palco Mundo, ainda que a milhas de distância (nada que um telão não pudesse resolver). Com sua pequena elevação, era um ótimo lugar pra descansar as pernas sem acabar com a coluna, e também um camarote alternativo para o pessoal de meia-idade (brincadeira: vi gente novíssima por lá).

Finalmente veio EJ com o repertório da minha adolescência (o mesmo que meu primo Dudu acha brega, mas faz tão bem aos meus ouvidos). Terminado o show do Elton John (1:30h), fui embora (não sabia se Rihana era loura ou morena, e não me interessei em saber). De novo a caminhada até o terminal do ônibus circular Rock in Rio, dali para o Alvorada, e do Alvorada até a Praia do Flamengo, onde desci às 3 h. e dei uma corridinha até em casa, sem viva alma pelo caminho. Tempo total do RiR até a porta de casa: uma hora e meia - bem melhor que a ida, não?

Cheguei sã e salva, com todos os meus pertences, e ainda fiz um exercício... Yeeeaah!


2 comentários:

  1. Puxa, Mary! Que disposição!
    Pra mim os shows acabaram, não tenho mais vontade de assistir a nenhum deste modo. Salvo num piano bar, um jazz ou no máximo uma bossa nova. Rock eu amo, mas prefiro ficar em casa do que ir láááá...
    Idade, é certo. Mas qualidade em primeiro lugar.
    Admiro a sua coragem. Mas valeu?

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  2. Valeu, sim. Acho que "EU VOU" não porque tenho coragem ou disposição, mas porque tenho uma memória ruim (rs): às vezes esqueço a idade que tenho, e decido as coisas como se tivesse 18 anos. :)))

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